Vontades dos crioulos
O mato, seu habitat ideal.
Há mil escravos na montanha
Todos foragidos do Patrão
O mato e seus espelhos,
Todas casas sem saral
Confusas idéias assanham
Organiza-las é função.
Os Capitães foram chamados.
Os pretos serão os prêmios.
O aviso já foi dito.
Esconder-se é propicio.
Ao chegar dos Capitães.
A poeira se "aqueta".
Nem o tempo nem o dia
Lhes fazem objeções.
E como as brancas que começam
É véz dos Capitães.
Os pretos todos fedem
Por medo e de costume
É a caça que se inicia
Os Capitãos dão um avanço.
Então, um "unzinho" pouco herói
Se dispenca de uma árvore
Quebrando suas pernas
E virando paisagem.
O Capitão é bem ligeiro,
Enxerga bem os pretos.
E com tiros bem certeiros,
Esfrega-lhes sua calamidade.
"Não nos tire à Liberdad..."
E um tiro interompe esta frase.
Então o Capitão,
Sem pena e nem perdão.
Repassa sua estória ao Patrão,
" 'Sinhosinho' abençoado
jás aqui os foragidos.
E por não me ser permetido,
por não ter carruagem
e nem coragem.
Destas 'beiças'
Só lhe trouxe as cabeças"
Marcos Rodrigues
13 novembro, 2007
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