13 novembro, 2007

Enxergam e nada vêem.

Vontades dos crioulos
O mato, seu habitat ideal.

Há mil escravos na montanha
Todos foragidos do Patrão

O mato e seus espelhos,
Todas casas sem saral

Confusas idéias assanham
Organiza-las é função.

Os Capitães foram chamados.
Os pretos serão os prêmios.

O aviso já foi dito.
Esconder-se é propicio.

Ao chegar dos Capitães.
A poeira se "aqueta".

Nem o tempo nem o dia
Lhes fazem objeções.

E como as brancas que começam
É véz dos Capitães.

Os pretos todos fedem
Por medo e de costume

É a caça que se inicia
Os Capitãos dão um avanço.

Então, um "unzinho" pouco herói
Se dispenca de uma árvore

Quebrando suas pernas
E virando paisagem.

O Capitão é bem ligeiro,
Enxerga bem os pretos.

E com tiros bem certeiros,
Esfrega-lhes sua calamidade.

"Não nos tire à Liberdad..."
E um tiro interompe esta frase.

Então o Capitão,
Sem pena e nem perdão.
Repassa sua estória ao Patrão,

" 'Sinhosinho' abençoado
jás aqui os foragidos.
E por não me ser permetido,
por não ter carruagem
e nem coragem.
Destas 'beiças'
Só lhe trouxe as cabeças"

Marcos Rodrigues

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