Sossega em meu peito e dorme
Descança e dança, pequena criança
Ao longo do leito, leitosa pança
A vorás fome de sua vermiforme.
Desencadeie sua face e deforme.
Teu peito trará certa esperança
Porém, nada traz mais bonança
Do que o peito de sua oviforme
Bivalvia fechada que traduz o som
Encanta a criança, dormindo também
Do mar das conchas, num único tom
Vieram dum mundo pequeno e trouxo
Que dão os poderes inocentes à quem
Nos dará o certo exílio, nosso moucho.
Marcos Rodrigues
30 novembro, 2007
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